domingo, 8 de novembro de 2009

Sucateiro ganha milhões a passar ferro por lixo

O empresário de Ovar detido por suspeitas de corrupção e tráfico de influências junto de políticos organizou um esquema que prejudicou empresas públicas em milhões de euros. Mas até conseguiu dar a ideia de que lhes fazia um favor.
O despacho do juiz de instrução criminal de Aveiro que impôs prisão preventiva para Manuel José Godinho descreve quatro situações que, ao todo, terão rendido um proveito presumivelmente ilícito de 1,240 milhões de euros ao grupo empresarial a que se encontra ligada a "O2 - Tratamento e Limpezas Ambientais".
No entender do magistrado, os quatro casos configuram crimes de furto qualificado, puníveis com prisão entre dois e oito anos, mas da subtracção vislumbram-se artifícios de engano das empresas. É o caso da Lisnave (Setúbal) em que, a 11 de Fevereiro passado, a empresa de Manuel Godinho retirou 100 toneladas de resíduos ferrosos como se fosse lixo e teriam um valor de 100 mil euros.
Nas manobras de retirada, os resíduos foram cobertos por lixo verdadeiro, para não levantar suspeitas. E assim o empresário terá conseguido um duplo lucro. Recebeu dinheiro pelo "favor" que fez à Lisnave e ganhou pela venda e reciclagem de metais.

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